The spoon was talking to the knife
About the dinner in between
And the strange boy and his dream…"
E eu ainda me lembro de quando o relógio estava sempre atrasado.
Uma inocência em meio a tanta incoerência.
Eu nem via as coisas passarem, pois eu sempre estaria ali de qualquer forma, era o único lugar para o qual eu sempre retornaria.
'Meus pensamentos são a minha bíblia e é por ela que eu vivo'.
Uma corrente para o futuro, feita dos fios do passado.
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Em um dia de Maio em '99, eu disse àquele garoto fascinado por carros: Os carros são mais do que brinquedos em suas mãos. Leve-os consigo e as estradas o guiarão às estrelas.
Mas ele sempre soube:
- O destino está em minhas mãos. Não são as cartas que me são entregues e sim a forma como eu as jogo.
- Mas por quê?
- As janelas são muito frias e espessas. Impedem-me de sentir o ar do lado de fora.
As portas são muito difíceis de se abrir. Levaria muito tempo para entrarem, assim como eu levaria para sair.
Além do mais, de que graça teria dirigir às estrelas sendo que eu posso correr, sentindo o vento gentilmente sussurrando em meus ouvidos, sentindo meu corpo em movimento?
As janelas me deixam mais longe do céu, o ronco do motor me incomoda, o conforto do banco me impede de sentir o impacto do solo e o volante...bem, eu posso me guiar com ou sem ele.
- E então...?
- Eu não quero ter, eu quero ser.
Quero guiar as pessoas, quero fazê-las se darem conta do mesmo.
Assim, quando elas estiverem correndo junto a mim elas vão sentir exatamente o mesmo que eu sinto.
Eu até mesmo as convidaria para ir às estrelas comigo!
Talvez a verdade seja: Eu não sei como chegar lá ainda, mas sei que elas estarão esperando por mim ali, paradas, todas as noites.
Quem sabe se planejarmos algo, todos juntos, não encontramos uma forma? Pois sei que quando eu chegar lá, eu vou querer voltar para correr, sentir o vento sussurrando e o meu corpo em movimento novamente.
E sabe, o brilho das estrelas, visto lá de baixo sempre me faz querer correr novamente.
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